Discalculia

A discalculia é um transtorno específico da aprendizagem em matemática. Ele tem origem neurobiológica por ser uma disfunção neural no sulco intraparietal do cérebro.

Veja na imagem abaixo que o número 1 corresponde ao giro angular, número 2, sulco intraparietal esquerdo e número 3, sulco intraparietal direito:

É de suma importância que não assumamos o papel de preconceituosos por entender que uma criança com discalculia não é inteligente como as outras crianças. Essa afirmativa está completamente equivocada.

Esse transtorno também pode ser devido a uma condição que tem um componente genético, caso alguém da família da criança de relação de primeiro grau também tenha as características inerentes. Outra causa possível também para esse transtorno é o consumo de álcool pela mãe durante a gravidez, de acordo com alguns estudos da área, lembrando que ainda não há uma constatação de fato de sua origem.

Os Diferentes Tipos:

Por ser um transtorno muito complexo, ele apresenta 6 tipos:

Discalculia de Tipo Verbal:

Dificuldades em compreender os conceitos matemáticos quando estes são apresentados oralmente, em nomear as quantidades e os números, e em utilizar o vocabulário e os símbolos matemáticos.

Discalculia de Tipo Practognóstico:

Dificuldades em enumerar, comparar e quantificar objetos reais e/ou ilustrados.

Discalculia de Tipo Léxico:

Dificuldades em ler números e/ou símbolos matemáticos.

Discalculia de Tipo Gráfico:

Dificuldades em escrever símbolos matemáticos, isto é, apresenta sérias limitações em copiar números e/ou em escrever números ditados.

Discalculia de Tipo Ideognóstico:

Dificuldades em fazer cálculos mentais, bem como em compreender os conceitos matemáticos e a relação entre os números (por exemplo, identificar se um número é maior do que o outro).

Discalculia de Tipo Operacional:

A criança tem dificuldades em realizar as operações matemáticas.

Quais são os sinais?

Para se diagnosticar a discalculia, é preciso excluir outros distúrbios que interfiram na habilidade matemática, como aqueles de caráter sensorial, emocional, neurológico ou que se relacionam a aprendizagem em leitura e escrita.

Daí a importância em descartar problemas relacionados a linguagem, pois o indivíduo que apresenta estes distúrbios poderia ter dificuldade em matemática por não conseguir ler o enunciado da questão, por exemplo.

É comum que crianças com dislexia também possam ter discalculia, com isso torna-se mais urgente uma rápida intervenção neuropsicopedagógica a fim de minimizar os sintomas e proporcionar uma melhor qualidade de vida.

Geralmente, as crianças e jovens em idade escolar relatam que os principais problemas são:

Reconhecer símbolos numéricos, como o sinal de adição, multiplicação, subtração e divisão;​

Dificuldade em aprender a contar e ignorar números; dificuldade em entender valores;

Realizar cálculo;

Na solução de problemas – principalmente de lógica;

Problemas com representações visuais e espaciais de números;

Problema em acompanhar pontuação em jogos;

Problemas para lidar com dinheiro;

Dificuldade em ver as horas em relógio de ponteiro;

Dentre outros.

Infelizmente, a discalculia não apresenta cura, quem tem o transtorno o levará para sempre, mas graças ao avanço da Ciência e grandes estudos temos hoje tratamento adequado para minimizar os sintomas e garantir uma melhora significativa no desenvolvimento do indivíduo.

Como incentivar meu filho a estudar matemática?

A melhor maneira de instruir uma criança ao aprendizado é com brincadeiras, pois dessa forma ela não se sentirá intimidada com tantos números à sua frente. Temos aqui alguns exemplos:

Caça-palavras, cruzadinhas, Tangran, Sudoku, operações no ábaco, dominó das operações, leitura de palavras espelhadas, jogos de memória, jogos de palavras embaralhadas, bingo da tabuada, desafios, jogos de Xadrez e Dama, anagramas, jogos de atenção, jogos de foco, Tabuada cantada, Jogos dos sete erros, cálculos operativos concretos com as 4 operações matemáticas em experiência do dia a dia.

Eu adquiri um material lúdico educativo no Aliexpress, que auxilia (e muito!) na percepção do corpo como extensão das contas matemáticas. Esse material é indicado para crianças em fase escolar, que estão aprendendo os números e contas simples de adição e subtração.

Um grande problema de quem possui discalculia é a falta de memória do trabalho, muitas vezes a criança não consegue gravar a sequência numérica e isso afeta na resolução de cálculos.

Com esse material a criança visualiza as mãos e os dedos e consegue manipular mais facilmente para realizar contas.

A criança ao se deparar com os dedos de feltro do material, ela perceberá que seu corpo também é parecido, ou seja, possui duas mãos com cinco dedos cada e ao fazer o manuseio do material ela irá aprender com mais facilidade como utilizar seu corpo, no caso as mãos, para contar.

Confira o vídeo abaixo:

É muito importante a utilização de brinquedos e materiais lúdicos no processo de alfabetização, pois de acordo com estudos, nosso cérebro capta melhor as informações quando é exposto a estímulos visuais. Interessante, não é!?

E por hoje é isso, qualquer dúvida deixe aqui nos comentários.

Até mais!